23 Tatiane Baratieri, Jéssica Dal Santo Ottoni, Maria Luciana Botti, Rita de Cássia Serpa Maicel & Letícia Gramazio Soares
Cienc. innov. salud. Junio 2014; 2 (1):18 – 26. Universidad Simón Bolívar (Col). ISSN: 2344-8636
http://portal.unisimonbolivar.edu.co:82/rdigital/innovacionsalud
para evento cardiovascular. A literatura aponta que
pessoas classificadas com risco baixo têm menos de
10% de chances de ocorrência de evento
cardiovascular nos próximo 10 anos, já pessoas com
risco médio têm de 10 a 20% de chances, já a pessoa
classificada com risco alto e muito alto tem de 20% a
30% de chances de serem acometidos por um evento
cardiovascular nos próximos 10 anos (19, 20).
Sobre a estratificação de risco verificou-se forte
correlação entre aumento da idade e risco. Outros
estudos evidenciaram dados semelhantes, salientando
que o risco cardiovascular aumenta conforme aumenta
a idade (12,14).
Os resultados evidenciam então, que a prevalência
de fatores de risco cardiovasculares está
proporcionalmente relacionada com o processo de
envelhecimento. Entretanto, deve-se ressaltar que entre
adultos jovens, com faixa etária de 20 a 40 anos,
observa-se que é progressivo o aumento da ocorrência
de doenças crônicas e a presença de fatores de risco
(9).
Os fatores de risco cardiovascular são
condições/agravos que predispõe um indivíduo ao
risco de um evento cardiovascular (2, 18), podendo ser
classificados como modificáveis e não modificáveis
(21).
Sobre o fator de risco “antecedentes familiares
(cardiovascular)”, o presente estudo apresentou dados
semelhantes à literatura (13,22). Apesar do referido
fator de risco não ser modificável, o risco de agravos à
saúde pode ser minimizado por meio de estratégias de
promoção da saúde e prevenção de agravos.
Sobre a presença de diabetes, o estudo também
corrobora com a literatura (23). A diabetes mellitus é
uma das principais doenças causadoras de
complicações cardiovasculares fatais e não fatais,
constituindo-se em um fator de risco não modificável,
porém passível de controle (23).
Estudo realizado em Porto Alegre/RS (8),
apresentou dados semelhantes à presente pesquisa no
que se refere ao fator de risco tabagismo.
O controle do tabagismo seria uma das medidas que
mais provocaria impacto na redução dos índices de
morbimortalidade por doenças cardiovasculares, pois
já é confirmada a sua associação ao aumento das
placas de ateroma e o seu efeito no perfil lipídico
(24,25). Neste sentido, para a população referida neste
estudo, seria de grande relevância a oferta de ações
educativas, no sentido de incentivar práticas saudáveis,
e, aos tabagistas, direcionar para grupos de apoio, com
o intuito de expor riscos e, possivelmente, cessar o uso
do tabaco.
No que se refere ao sedentarismo o presente estudo
apresentou alta prevalência, corroborando com
pesquisa sobre o Hiperdia em uma cidade de Santa
Catarina que levantou que 59,7% dos indivíduos
cadastrados eram sedentários, sendo esta realizada
com todas as unidades de saúde da família do
município participante (26). A literatura aponta que
pessoas sedentárias têm 30% a mais de chances de
desenvolver hipertensão, ou agravar seus níveis
pressóricos, do que os ativos (26).
É válido ressaltar que estimativas mostram que a
falta de atividade física é responsável por 10% a 16%
dos casos de diabetes e 22% das doenças isquêmicas,
além disso, estes têm influência direta no controle da
diabetes e hipertensão (8,15). Frente ao exposto,
destaca-se a importância do incentivo por parte dos
profissionais de saúde à realização de atividade física
aos portadores de HAS e ou DM, considerando os
benefícios que esta prática oferece para prevenir e/ou
reduzir os agravos cardiovasculares.
Outro fator de risco de destaque é o excesso de peso,
o qual se constitui atualmente em um problema de
saúde pública (27), e fator predisponente para a
hipertensão e para o aumento dos valores pressóricos
em indivíduos já hipertensos, salientado que de 20% a
30% da prevalência de hipertensão pode ser explicada
pela presença de excesso de peso (17).
Os fatores de risco sedentarismo, sobrepeso e
obesidade, são os que estão mais associados às
complicações crônicas decorrentes da DM e da HAS,
principalmente em relação às doenças cardiovasculares
(8), dados esses encontrados no presente estudo como
principais fatores determinantes do grau de risco.
Pequenas perdas de peso, de 5% a 10% do peso
inicial, promovem melhora no controle da glicemia,
reduzem valores pressóricos e também dos níveis de
colesterol (28), ou seja, favorecem o controle dos
fatores de risco associados, conforme evidenciado no
estudo.
Com relação ao diabetes, a perda de peso melhora os
níveis de glicemia capilar em 10% a 20%. Sendo que
estes benefícios podem ser mantidos por até três anos,