297
ARTÍCULO DE
INVESTIGACIÓN
Copyright © 2018
by Psicogente
ISSN 0124-0137
EISSN 2027-212X
Cómo citar este arculo (APA):
Teixeira Carlos, K. P., de Oliveira Santos, J. V., & Fernandes de Araujo, L. (2018). Representações Sociais da velhice LGBT: estudo comparavo entre
universitários de Direito, Pedagogia e Psicologia. Psicogente 21(40), 297-320. hps://doi.org/10.17081/psico.21.40.3076
Recibido: 22-04-17
Aceptado: 25-07-17
Publicado: 01-07-18
Correspondencia de
autores:
kpessoa_psi@hotmail.com
victorolintos@hotmail.com
ludgleydson@yahoo.com.br
297
Representações Sociais da velhice LGBT: estudo
comparavo entre universitários de Direito, Pedagogia e
Psicologia
Old age LGBT social representaons: A comparave study
conducted with university students from law, pedagogy and
psychology programs
Representaciones Sociales de la vejez LGBT: estudio
comparavo entre los estudiantes universitarios del
Derecho, Pedagogía y Psicología
Karolyna Pessoa Teixeira Carlos - José Victor de Oliveira Santos
Ludgleydson Fernandes de Araújo
Universidade Federal do Piauí, Teresina, Brasil
Resumo
Objevo: O presente estudo foi realizado com 300 universitários brasileiros dos cursos de psicologia, direito
e pedagogia de uma instuição de ensino superior privada no estado do Piauí, Brasil. Objevou-se com esta
pesquisa conhecer as representações sociais destes três grupos de estudantes acerca do envelhecimento
LGBT.
Método: Para conhecer tais representações sociais ulizou-se entrevista semi-estruturada e quesonário
sócio-demográco para avaliar se variação das representações de acordo com idade, sexo, graduação
e orientação sexual. A amostragem foi por conveniência, sendo que os instrumentos de coleta de dados
foram aplicados colevamente na própria instuição durante o horário de aula. Para a análise dos dados
obdos ulizou-se o soware Iramuteq que gerou o dendograma estudado.
Resultados: Entre as principais conclusões observa-se que os integrantes da pesquisaobjevaram suas RS
sobre velhice LGBT em dois campos antagônicos, de um lado revelando o preconceito e a discriminação
sofrida pelos idosos, e consequente exclusão social. Por outro o direito que tu tens de viver seu eslo de
vida sendo respeitados e assumindo seus direitos e deveres como cidadãos.
Conclusión: Finalmente, percebe-se que a representação social dos universitários sobre a orientação sexual
dos idosos está relacionada a uma escolha e não uma construção social. Espera-se que os dados encon-
trados subsidiem estudos em outros contextos e intervenções psicossociais.
Palavras chave: velhice, lgbt, representações sociais.
Resumen
Objevo: El presente estudio fue realizado con 300 universitarios brasileños de los cursos de psicología,
derecho y pedagogía de una instución de enseñanza superior privada en el estado de Piauí, Brasil. Con
este se buscó conocer las representaciones sociales de estos tres grupos de estudiantes acerca del enveje-
cimiento LGBT.
Método: Para conocer tales representaciones sociales se ulizó una entrevista semi-estructurada y un
cuesonario sociodemográco para evaluar si hay variación de las representaciones de acuerdo con edad,
sexo, graduación y orientación sexual. El muestreo fue por conveniencia, en tanto que los instrumentos de
recolección de datos fueron aplicados colecvamente en la propia instución durante el horario de clase.
Para el análisis de los datos obtenidos, se ulizó el soware Iramuteq que generó el dendograma estudiado.
Psicogente, 21(40): pp.297-320. Julio-Diciembre, 2018. hps://doi.org/10.17081/psico.21.40.3076
298
Karolyna Pessoa Teixeira Carlos - José Victor de Oliveira Santos - Ludgleydson Fernandes de Araújo
Resultados: Entre las principales conclusiones se observa que los parcipantes de la invesgación obje-
varon sus RS sobre vejez LGBT en dos campos antagónicos; por un lado, revelando el prejuicio y la discrimi-
nación sufrida por los ancianos, y consecuente exclusión social. Por otro, el derecho que enen a vivir su
eslo de vida, siendo respetados y asumiendo sus derechos y deberes como ciudadanos.
Conclusión: Finalmente, se percibe que la representación social de los universitarios sobre la orientación
sexual de los ancianos se relaciona con una elección y no con una construcción social. Se espera que los
datos encontrados subsidien estudios en otros contextos e intervenciones psicosociales.
Palabras clave: vejez, lgbt, representaciones sociales.
Abstract
Objecve: 300 psychology, law and pedagogy students from a Brazilian higher educaon instuon (Estado
de Piauí, Brazil) were sampled to conduct this study. This research aims to know students’ social represen-
taon in relaon with LGBT aging.
Method: In order to know such social representaons and a semi-structured interview and a socio-de-
mographic quesonnaire to evaluate if there are represtanons variaons according to age, sex, gradu-
aon and sexual orientaon were used. The sampling procedure was for convenience; the instruments for
data collecon were applied in the above instuon during class me collecvely. For data analysis, the
Iramuteq soware, which generated the studied dendograma was used.
Results: Among the main conclusions, the members of this research objecvized their RS on old age LGBT
in two antagonisc elds, as follows: on the one hand, prejudice and discriminaon suered by elderly and
consequent social exclusion is revealed and on the other hand, the right that they have to live their style of
Life being respected and assuming their rights and dues as cizens was observed.
Conclusion: As a conclusion, students’ social representaons in relaon with elderly sexual orientaon
which responds to a choice but not a social construcon. It is expected that with the data found studies in
other contexts and psychosocial intervenons be subsidized.
Keywords: elderly people, lgbt, social representaons.
1. INTRODUÇÃO
As invesgações acerca do envelhecimento durante muito tempo foram
escassas, a baixa expectava de vida era o fator principal que acarretava
neste esquecimento da velhice como objeto de estudo, principalmente sob
a óca psicossocial (Fechine & Trompieri, 2012). Entende-se como velhice, o
processo natural e indivisível de mudanças sicas, psicológicas e sociais, que
sobremaneira, situa-se conforme a redução de algumas habilidades adqui-
ridas no curso de vida, destarte, as formas de envelhecer são múlplas e esta
fase não deve ser associada à patologia.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (2015), são consideradas idosas, as
pessoas acima de 60 anos nos países subdesenvolvidos e 65 anos, nos países
desenvolvidos. Em seu úlmo relatório sobre envelhecimento e saúde, a
OMS (2015) relata que pela primeira vez na história, a maioria das pessoas
tem oportunidade de viver até os 60 anos ou mais. No Brasil, de acordo com
o Instuto Brasileiro de Geograa e Estasca (2015), a população idosa
compreende cerca de 23.5 milhões de pessoas.
Psicogente, 21(40): pp.297-320. Julio-Diciembre, 2018. hps://doi.org/10.17081/psico.21.40.3076
299
Karolyna Pessoa Teixeira Carlos - José Victor de Oliveira Santos - Ludgleydson Fernandes de Araújo
Nas úlmas décadas o aumento da população idosa tem causado mudança
na pirâmide etária em todo o mundo, agregado a isto, a Gerontologia tem
avançado em problemazar os diversos impasses sociais que se fazem
presente na sociedade (Araújo, Cruz, & Rocha, 2013). Os preconceitos,
esgmas, mitos e tabus acerca da velhice que durante muito tempo são trans-
midos de geração para geração, encontram-se em constante quesona-
mento pela ciência e muitos deles estão sendo desmiscados (Neri, 2014).
Dentre os tabus presentes na sociedade, a sexualidade em inúmeros casos
é tratada como algo ausente na velhice, contraditório a isso, os prossionais
da gerontologia apresentam que a velhice sexualmente ava é fundamental
para um envelhecimento bem-sucedido. A sexualidade compreende bem
mais que o ato sexual, tratando-se então de uma energia que move a afe-
vidade, companheirismo e o prazer, inferindo nas ações senmentais e
relacionais que são foco do bem-estar sico e psicológico (Vieira, Miranda,
& Counho, 2012).
Alguns estudos documentam que a sexualidade connua da mesma forma
na velhice, o que ocorre são mudanças sicas e psicológicas que inuenciam
na não aceitação de tais mudanças por parte dos idosos e com isto, reagem
negavamente a adaptação do fenômeno sexual nesta fase da vida (Taylor
& Gosney, 2011). Neste sendo, o maior problema da sexualidade não é
biológico, mas também social, em que os idosos não têm informação e
convivem repreendidos pelo preconceito (Bernardo & Corna, 2012). Quanto
aos problemas biológicos que afetam o desempenho sexual, pode-se citar a
disfunção erél nos homens e a redução da lubricação vaginal feminina,
e em alguns casos, os efeitos colaterais devido à medicamentos (Guerra &
Caldas, 2010).
A sexualidade é uma temáca ainda negligenciada no processo de envelheci-
mento, ainda mais quando é atrelada a pessoas homoafevas, fazendo com
que as manifestações de preconceito em relação ao público LGBT, tornem
escassas as discussões englobando a velhice como uma fase vivenciada por
lésbicas, gays, bissexuais, travess e transexuais (Araújo, 2016). Atenta-se ao
fato de que as pessoas homoafevas são as que mais presenciam situações
de preconceito, seja sul ou explícito, em qualquer espaço da sociedade,
principalmente nas redes sociais (Junqueira, 2012).
Tendo em vista, este panorama de homofobia e ageísmo, torna-se complexo a
percepção destes fenômenos entrelaçados, que por sua vez, vem acarretando
Psicogente, 21(40): pp.297-320. Julio-Diciembre, 2018. hps://doi.org/10.17081/psico.21.40.3076
300
Karolyna Pessoa Teixeira Carlos - José Victor de Oliveira Santos - Ludgleydson Fernandes de Araújo
em esgmas sociais da velhice LGBT, anal, estes idosos estão alcançando tal
fase do desenvolvimento e construindo novos legados, mas vivem à margem
da discriminação. Isto é, no século XXI, o aumento da presença de pessoas
LGBT tem trazido repercussão nas discussões sobre gênero e preconceito.
Atualmente, é possível encontrar informações e discussões que dizem respeito
às questões sexuais, sicas e psicológicas das pessoas LGBT em sites e blogs de
ONGs ou avistas, porém pouco se discute sobre esse público envelhecido. As
pesquisas que discutem sobre essa temáca ressaltam sempre o preconceito
sofrido pelos idosos LGBT. Leal e Mendes (2017) discutem sobre a invisibi-
lidade e o silêncio quando trata-se de velhice e homossexualidade, buscando
conhecer como esses sujeitos enfrentam o envelhecimento e a perspecva
de instucionalização (Leal & Mendes, 2017). Tarquino et al., (2015) tratam
sobre a atenção a saúde da população LGBT idosa e destacam que a qualidade
da vida sexual desde público é compromeda tanto pela falta de informação
bem como pela maneira preconceituosa que os prossionais e a sociedade
em geral encaram a sexualidade do idoso (Tarquino et al., 2015).
O livro organizado por (Orel & Fruhauf, 2015) apresenta vários aspectos
sobre a velhice LGBT, desde os culturais, familiares e individuais, perpas-
sando pela saúde e bem-estar destes idosos, discundo o esgma e a velhice
e sobre as idosas transgêneros (Orel & Fruhauf, 2015). Mesmo nos estudos
da Gerontologia, quando as experiências de envelhecimento vão de encontro
às regras heteronormavas, estas tendem ao esquecimento (Debert &
Henning, 2015; Santos, Carlos, Araújo, & Negreiros, 2017). Henning (2017),
apresenta em seu estudo um olhar antropológico e críco sobre as principais
tendências, polêmicas e embates teóricos sobre o que tem sido chamado
de gerontologia LGBT”, bem como seus desdobramentos como constuição,
legimação e criação de polícas públicas (Henning, 2017).
As variações de expressão da sexualidade do idoso, incluídas as que se
relacionam com o curso da vida, e determinadas proposições sobre os signi-
cados sociais e subjevos da sexualidade são um campo férl para estudos,
tanto no que se refere a como os idosos LGBT se percebem quanto, sobre
o conhecimento elaborado e parcipado da sociedade sobre homossexua-
lidade na velhice.
Neste sendo, o presente estudo ulizou-se como suporte teórico-meto-
dológico a teoria das Representações Sociais (RS), que permite uma maior
compreensão sobre o estudo da velhice LGBT. A RS surge da necessidade de
tornar algo que é estranho em algo familiar (Jacques et al., 2014). Esta teoria
busca compreender os atores sociais em sua totalidade, sendo, portanto
Psicogente, 21(40): pp.297-320. Julio-Diciembre, 2018. hps://doi.org/10.17081/psico.21.40.3076
301
Karolyna Pessoa Teixeira Carlos - José Victor de Oliveira Santos - Ludgleydson Fernandes de Araújo
uma abordagem psicossocial, que busca entender as inter-relações entre os
sujeitos, os fenômenos e o contexto que estão inseridos (Moscovici, 2007;
Sêga, 2000). Moscovici (2007) reconhece a RS como o conjunto de crenças,
conceitos e explicações que surgem no codiano permindo reproduzir um
novo dado, objeto ou um acontecimento, enfaza que tais representações
surgem no meio social e se modicam de acordo com o tempo, e gradual-
mente, evocam novas representações.
Atualmente, o referencial da teoria das RS tem sido muito ulizado nos estudos
das ciências sociais, visto que contribui para a compreensão do pensamento
e das prácas sociais (Torres, 2015). A representação é o processo que se
estabelece entre o mundo e as coisas, é um saber práco (Jodelet, 2001;
Sêga, 2000). Surge da necessidade de saber o que se entende do mundo
que nos cerca, é compreender, interpretar e tomar uma posição frente a
determinado assunto, conduzindo as comunicações sociais, advindas dos
processos de assimilação dos conhecimentos, no desenvolvimento individual
e colevo (Jodelet, 2001). É importante ressaltar que as RS não são opiniões
individualizadas, elas garantem uma visão unicada e coerente do contexto
a qual fazem parte.
A parr do quesonamento que foi analisado nesta pesquisa, “¿Como o
senhor (a) entende a velhice LGBT?, buscou-se conhecer junto aos univer-
sitários, os signicados comparlhados de suas representações construídas
sobre o idoso LGBT na sua interação social. A pesquisa procurou compre-
ender os pensamentos, senmentos, percepções e experiências de vida
comparlhadas pelos universitários, levando-se em consideração o curso de
graduação a que estão vinculados.
Destaca-se que as RS da velhice não heteronormava, construídas e compar-
lhadas socialmente, constuem-se como um fator importante de estudo e
de compreensão dos idosos LGBT, pois intervêm no processo de conscien-
zação da população, garanas de direitos e qualidade de vida destes idosos,
uma vez que provocam diferentes concepções sobre a questão.
Diante do exposto, este argo tem como objevo principal vericar e
comparar as RS de três grupos de estudantes universitários dos cursos de
direito, psicologia e pedagogia acerca da velhice LGBT, buscando compre-
ender a diversidade de contextos que se entrelaçam e que são vivenciadas
pelas mais diversas pessoas de diferentes idades e pers.
Psicogente, 21(40): pp.297-320. Julio-Diciembre, 2018. hps://doi.org/10.17081/psico.21.40.3076
302
Karolyna Pessoa Teixeira Carlos - José Victor de Oliveira Santos - Ludgleydson Fernandes de Araújo
2 MÉTODO
2.1 Diseño
Trata-se de um estudo descrivo-exploratório, com dados transversais e por
conveniência.
2.2 Parcipantes
Contou-se com a parcipação de 300 universitários brasileiros, escolhidos
de forma não probabilísca, intencional e acidental (sendo 100 do curso de
direito, 100 do curso de psicologia e 100 do curso de pedagogia) de uma
Instuição de Ensino Privada da cidade de Teresina, Piauí (Brasil), de ambos
os sexos com idades entre 21 e 57 anos, com média de idade de 28.56 anos
(DP=8.59), sendo que a maioria são mulheres, reconhecem-se da cor parda,
são solteiros, de religião católica.
Faz-se necessário mencionar que tal escolha ocorreu com o intuito de
comparar as RS acerca da velhice LGBT entre os universitários de direito,
psicologia e pedagogia, considerando-se que as diferenças entre grupos
podem colaborar para a construção de RS disntas. Como critério de inclusão
da amostra ulizou-se alunos a parr do quinto período dos referidos cursos,
pois se acredita que os mesmos tenham adquirido um aparato teórico
e práco suciente para possibilitar a reexão proposta por este estudo
baseados nos pilares norteadores do curso. Os parcipantes deveriam estar
regularmente matriculados na Instuição de Ensino, ter livre escolha para
parcipar ou não da pesquisa, podendo desisr a qualquer momento e por
m sua parcipação deu-se de forma voluntária e anônima.
2.3 Instrumento
O roteiro de entrevista, ulizado nos três grupos de universitários pesqui-
sados, contemplou em sua primeira parte dados sociodemográcos que
teve a nalidade de fazer um levantamento dos sujeitos da pesquisa, como
por exemplo obter informações sobre idade, sexo, estado civil, etnia, renda,
orientação sexual, religião, curso que esse graduando, se tem algum paren-
tesco com algum individuo com orientação sexual homossexual e se convive
com algum idoso LGBT. Em sua segunda parte, a questão norteadora: O que
o (a) Senhor (a) sabe sobre a velhice LGBT? Vale ressaltar que esta questão foi
elaborada tendo por base os objevos da presente pesquisa.
Psicogente, 21(40): pp.297-320. Julio-Diciembre, 2018. hps://doi.org/10.17081/psico.21.40.3076
303
Karolyna Pessoa Teixeira Carlos - José Victor de Oliveira Santos - Ludgleydson Fernandes de Araújo
2.3.1 Coleta de dados da entrevista
A coleta dos dados ocorreu no âmbito da instuição de ensino dos entrevis-
tados, tendo em vista a facilidade de encontrá-los visto que já se deslocavam
para a IES para assisr aula. A aplicação dos instrumentos se deu de forma
coleva, em sala de aula com a autorização do coordenador do curso e do
professor, bem como de forma individual em outros espaços da instuição,
levando em média 40 minutos para o seu preenchimento.
No primeiro momento, aos discentes parcipantes foi apresentado o Termo
de Consenmento Livre Esclarecido (TCLE), que connha as informações sobre
a pesquisa e as implicações que a parcipação do aluno acarretava, o qual foi
lido e assinado por cada um dos parcipantes e pelo pesquisador responsável
antes dos entrevistados responderem aos instrumentos. Os alunos também
foram informados sobre as questões do sigilo, risco e benecios da pesquisa,
sobre o livre arbítrio em parcipar ou não e até mesmo desisr de sua par-
cipação a qualquer momento sem nenhum prejuízo. Um único pesquisador
aplicou os instrumentos, informando sobre os objevos da pesquisa e forne-
cendo as instruções para o correto preenchimento dos mesmos.
2.4 Procedimentos e considerações écas
Inicialmente o projeto de pesquisa foi enviado para avaliação do Comitê de
Éca e Pesquisa (CEP), orientado pelas diretrizes e normas regulamentadoras
de pesquisa nas Ciências Humanas e Sociais envolvendo seres humanos no
contexto brasileiro, de acordo com a Resolução 510/2016 do Conselho
Nacional de Saúde, recebendo parecer de aprovação para realização da
pesquisa.
Após a aprovação foi contatada a Instuição de Ensino Superior privada onde
a pesquisa foi realizada, para solicitar autorização para início da coleta de
dados. A composição da amostra se deu de forma não probabilísca, sendo
aplicados os instrumentos em todos os alunos que se dispuseram a parcipar
da pesquisa até angir o número máximo de parcipantes por curso.
2.5 Análise dos dados
Para análise dos dados obdos através da entrevista, ulizou-se o soware
gratuito IRAMUTEQ, que permite fazer análises estascas de dados textuais
e sobre tabelas indivíduos/palavras (Camargo & Justo, 2013). Desse modo,
Psicogente, 21(40): pp.297-320. Julio-Diciembre, 2018. hps://doi.org/10.17081/psico.21.40.3076
304
Karolyna Pessoa Teixeira Carlos - José Victor de Oliveira Santos - Ludgleydson Fernandes de Araújo
foi elaborado1 banco de dados em formato de bloco de notas (formato que o
programa suporta), de maneira que cada resposta foi associada a uma linha
de comando, fazendo assim uma alusão do texto ao parcipante.
As linhas de comando apresentam os dados sóciodemográcos dos entrevis-
tados, separando cada dado por asteriscos, indicando o parcipante (n), o
sexo, a idade, a graduação e a orientação sexual.
Cada entrevista é composta por conteúdos semâncos, que formaram o
banco de dados ou corpus analisado pelo Iramuteq. Foi realizada uma Análise
Hierárquica Descendente, que permite a formação de classes de segmentos
de textos que, ao tempo em que apresentam vocabulário semelhante entre si,
diferem dos segmentos de texto das outras classes (Camargo & Justo, 2013).
Por m, com os dados obdos com a aplicação do quesonário sóciodemo-
graco foram submedos a estascas descrivas, como média, percenl e
desvio padrão no soware SPSS na sua versão 22.
2.6 Conito de Interesses
Não houve conito de interesse entre os pesquisadores, já que todos obje-
vavam conhecer as RS de universitários sobre o envelhecimento LGBT, e os
parcipantes também corroboraram com a relevância da pesquisa.
3. RESULTADOS
A análise dos resultados do dendograma constuído pelo corpus de 300
unidades de contexto inicial (UCIs), conseguidos mediante as respostas à
pergunta ¿O que o (a) Senhor (a) sabe sobre a velhice LGBT? Refere-se à
representação dos universitários sobre o idoso LGBT, apresentou uma divisão
de corpus em 283 UCEs (Unidades de Contexto Elementar), em que 1419
palavras, que ocorreram 7565 vezes, sendo 87.35 % consideradas na classi-
cação hierárquica descendente.
Psicogente, 21(40): pp.297-320. Julio-Diciembre, 2018. hps://doi.org/10.17081/psico.21.40.3076
305
Karolyna Pessoa Teixeira Carlos - José Victor de Oliveira Santos - Ludgleydson Fernandes de Araújo
FIGURA 1. Distribuições das classes nas representações sociais da velhice LGBT universitários de direito, psicologia e pedagogia
Psicogente, 21(40): pp.297-320. Julio-Diciembre, 2018. hps://doi.org/10.17081/psico.21.40.3076
306
Karolyna Pessoa Teixeira Carlos - José Victor de Oliveira Santos - Ludgleydson Fernandes de Araújo
No dendograma (ver Figura 1) pode-se observar que o corpus de dividiu em
cinco classes, com o tulo e a descrição de cada uma delas, o número de
UCEs, ou segmento de textos, que a compõe, as variáveis descrivas e as
palavras com maior associação com a classe relatada, considerando o coe-
ciente alcançadono teste de associação qui-quadrado (X
2
).
Ressalta-se que a RS dos universitários sobre a velhice LGBT estão estruturadas
em dois campos representacionais antagônicos, subdivididos em 5 classes. O
primeiro campo corresponde às Vivências de preconceito e exclusão, que foi
construído pelas classes 1 intulada Preconceito e discriminação na velhice
LGBT e classe 4 O processo de exclusão da velhice LGBT. No que diz respeito
ao segundo campo, este está relacionado à Liberdade e direito de vivenciar
a velhice LGBT composto pelas classes 2 com tulo Liberdade na decisão da
orientação sexual, classe 3 nominada de Maturidade na escolha” da opção
sexual e classe 5 designada de O direito de ser idoso LGBT. Serão discudas
através das UCEs as classes estruturadas a seguir.
3.1 Vivências de preconceito e exclusão (Classes 1 e 4)
O campo de vivências de preconceito apresenta tanto os esgmas viven-
ciados por estes idosos bem como a intolerância social face a experiência
LGBTdos velhos, e a exclusão se faz presente por receio de sofrer discrimi-
nação ao assumir publicamente sua condição.
3.1.1 Classe 1: Preconceito e discriminação na velhice LGBT
Os conteúdos que compõem as RS do preconceito e discriminação de
acordo com as entrevistas estão permeados de esgmas sociais, incluindo a
diculdade de aceitação da família, intolerância religiosa, anormalidade. Para
estes estudantes, a velhice é vista como uma fase que demanda cuidada,
fragilidade e dependência. Essa primeira representação exibe um alto
poder explicavo através de sua representavidade na análise semânca, é
composta por 87 UCEs que apresenta representavidade de 30.74 %, tornan-
do-se relevante quanto às representações encontradas.
Nesta classe percebe-se a predominância do preconceito e discriminação, e
levando-se em consideração as variáveis descrivas, pode-se caracterizá-la
como uma classe constuída majoritariamente por universitários do sexo
feminino com idades entre 28 e 33 anos. As palavras que obveram maior
associação com a classe foram: sociedade, preconceito, dicil, muito, precon-
ceituoso, enfrentar, diculdade, sofrer, homossexual. Em seu conteúdo, ser
Psicogente, 21(40): pp.297-320. Julio-Diciembre, 2018. hps://doi.org/10.17081/psico.21.40.3076
307
Karolyna Pessoa Teixeira Carlos - José Victor de Oliveira Santos - Ludgleydson Fernandes de Araújo
idoso LGBT é um indivíduo que sofre duplo preconceito, sendo muitas vezes
de forma explícita e violenta, sendo compreendida até mesmo como doença,
conforme relatos a seguir:
Acho como uma doença hormonal e psicológica” (Parcipante 44,
graduando de direito e heterossexual).
“Se trata de algo vergonhoso” (Parcipante 56, graduando de
direito, heterossexual).
“Uma sociedade que deve ter o dobro de respeito devido o precon-
ceito já sofrido, combinado com a idade avançada, assim sofrendo
preconceito em duplo grau” (Parcipante 93, graduando de direito,
heterossexual).
A velhice LGBT na contemporaneidade ainda é vista sob muita
discriminação, porém entendo como uma forma de a pessoa
manifestar sua individualidade, sua maneira de ser e estar no
mundo embora essa manifestação ainda não seja aceita e compre-
endida pela maior parte das pessoas, surgindo assim a intolerância
e conseqüentemente a violência. (Parcipante 123, graduando de
psicologia, heterossexual)
“Falar sobre LGBT na velhice ainda parece estranho logo vista que
estas pessoas um dia foram jovens que viviam sob um regime
educacional tradicional, patriarcal onde tudo que fugisse aos
padrões sociais era mal visto. Esta é a herança que carregamos do
preconceito, portanto é uma velhice ainda incomum. (Parcipante
276, graduando de pedagogia, heterossexual)
Essa patologização e criminalização da idendade de gênero limitam a
agencia dos indivíduos LGBT na tomada de decisões (Fredriksen-Goldsen et.
al., 2015). Os relatos apresentam com freqüência uma alusão ao medo ou
receio que os idosos LGBT tem em assumir sua sexualidade para a família e
grupo de amigos, tanto por receio da não aceitação como por causa da intole-
rância religiosa. Desta maneira, estudos apontam para o estabelecimento de
vínculos com outros homossexuais e com pessoas que aceitem incondicio-
nalmente sua realidade homoafeva (Marques & Sousa, 2016) como uma
forma encontrada por estes idosos para trabalhar sua auto-aceitação.
“Deve ser doloroso, pois muito preconceito, ainda mais sendo
idoso, deve receber muitas acusações vindo da própria família.
Porém na minha opinião, não devemos ter preconceito nem
Psicogente, 21(40): pp.297-320. Julio-Diciembre, 2018. hps://doi.org/10.17081/psico.21.40.3076
308
Karolyna Pessoa Teixeira Carlos - José Victor de Oliveira Santos - Ludgleydson Fernandes de Araújo
maltratarmos nosso próximo, mas esta e uma práca abominada
por Deus, pois na Bíblia esescrito que estes não herdarão o Reino
dos Céus, creio na salvação e torço para que qualquer pessoa LGBT,
independente de sua idade se converta e se arrependa de seu
pecado”. (Parcipante 116, graduando de psicologia, heterossexual)
“Eu tenho preconceito sim e não concordo com isso, pois eu acho
que a família sofre muita exposição e pela vergonha, mas isso vai
depender também muito das famílias, também se for famílias
conservadoras afeta muito mais”. (Parcipante 129, graduando de
psicologia, heterossexual)
Outro fato que merece destaque nessa classe refere-se à ocorrência do
preconceito por entenderem que os idosos LGBT encontram-se em uma fase
que demanda maior cuidados por apresentarem mais fragilidade e neces-
sidade de cuidados e por não possuírem parceiros xos. Percebe-se que a
estabilidade nanceira é ponto crucial para a sua aceitação social.
“Penso que não deve ser fácil, principalmente no aspecto do LGBT
não ter um parceiro xo. A sociedade e muito preconceituosa e o
idoso por si só já merece uma atenção especial. (Parcipante 116,
graduando em psicologia, heterossexual)
“Entendo que é um processo dicil de ser encarado, pois nossa
sociedade e muito discriminatória, fazendo com que essa pessoa
idosa se sinta a margem, por diversas razões, uma delas seria seu
próprio sustento e cuidados compaveis com a idade, uma vez que
na velhice a pessoa se torna mais vulnerável. (Parcipante 160.
graduando em psicologia, heterossexual)
“De certa forma vejo ainda com muita diculdade, pois a nossa
sociedade é muito preconceituosa, rotula, aponta e exclui. Porém
o homossexual pode sofrer mais ainda na velhice, pois se ele não
for independente, realizado nanceiramente, poderá car jogado
no mundo, sem direito e respeito”. (Parcipante 183, graduando de
psicologia, heterossexual)
É fundamental entender a construção da idendade LGBT ao longo da vida,
englobando as relações familiares em todas as fases do desenvolvimento.
É importante a implementação de polícas públicas que possam inuenciar
nos aspectos culturais, familiares e individuais da velhice LGBT, perpassando
desde a saúde, ao trabalho, bem-estar, e aos esgmas sofridos, para assim
Psicogente, 21(40): pp.297-320. Julio-Diciembre, 2018. hps://doi.org/10.17081/psico.21.40.3076
309
Karolyna Pessoa Teixeira Carlos - José Victor de Oliveira Santos - Ludgleydson Fernandes de Araújo
poder promoveras mudanças culturais e sociais tão necessárias, diminuindo
assim o preconceito e discriminação.
Verica-se dessa forma na classe 1 que os conteúdos da análise hierárquica
tornam percepvel os estereópos negavos da sociedade frente a velhice
LGBT. A qualidade da vida sexual do idoso é compromeda devido à falta de
informação e o preconceito da sociedade. O idoso é cada vez mais inferio-
rizado devido regras e normas sociais que denem que as pessoas envelhe-
cidas são excluídas da sexualidade. A ligação direta com a classe 4 remete
a reexão sobre o receio que os idosos homossexuais têm de assumir sua
sexualidade por medo de rejeição ou perseguição.
3.1.2 Classe 4: O processo de exclusão da velhice LGBT
De acordo com os 36 UCEs que estruturam esta classe, com representa-
vidade de 12.72 % do total, salienta-se que a mesma é considerada a classe
com menor poder explicavo deste dendograma entre os 300 estudantes
pesquisados. No referente às variáveis descrivas a classe 4 foi formada por
discentes de psicologia, do sexo feminino e orientação heterossexual.
Verica-se uma preponderância de conteúdos relacionados à solidão,
exclusão e carência, em razão das palavras que veram maior associação
com a classe: jovem, estranho, lho, opinião, falar, conhecimento, solidão,
acabar, passado, contato. Os conteúdos lexicais mencionados pelos universi-
tários dizem respeito à exclusão, ressaltando as atudes discriminatórias aos
idosos e LGBT, como pode ser evidenciado nos discursos a seguir:
Acredito que a maioria das pessoas na velhice LGBT sejam solitárias,
sem muito afeto por parte de algumas pessoas, pois ainda existe
muito preconceito em relação a esta escolha”. (Parcipante 105,
graduando de psicologia, heterossexual)
Algo ainda muito complexo, porque ainda não é muito visto e
nem falado. É como se os LGBT quando cam velhos fossem se
escondendo, se omindo, porque é muito dicil se ver casais LGBT
idosos”. (Parcipante 111, graduando de psicologia, heterossexual)
“Ser idoso é dicil e bastante excluído, muitas vezes até pelos
próprios familiares e quando se trata de LGBT é uma situação
críca de discriminação, preconceito, abandono e muitas vezes
também isolados do seu meio social”. (Parcipante 191, graduando
de psicologia, heterossexual)
Psicogente, 21(40): pp.297-320. Julio-Diciembre, 2018. hps://doi.org/10.17081/psico.21.40.3076
310
Karolyna Pessoa Teixeira Carlos - José Victor de Oliveira Santos - Ludgleydson Fernandes de Araújo
Esses dados podem ser observados de forma consonante com a literatura
quando observase os relatos descritos sobre abandono e omissão. A
sociedade em muitos casos reproduz a idéia de que o indivíduo é valorizado
se esver agindo segundo as regras a ele impostas. O exercício de reconhecer
o outro que não parlha dos atributos que possuímos, depende do lugar que
ocupamos (Louro, 2010). A parr daí a sociedade constrói demarcadores
que representam a “norma” (que estão em consonância com os padrões
espulados culturalmente) e os que cam “fora dela”, à margem. Quando
se classica os indivíduos, a sociedade produz rótulos. Sem perceber, os
indivíduos se enquadram a padrões ditados socialmente, que Henning (2017)
discute como panorama heteronormavo, ao discur sobre gênero e sexua-
lidade. Esses padrões são limitadores, que por sua vez se forem negados
geram opressão e exclusão, bem como se tornam naturalizados.
Outro ponto que merece destaque nesta classe é a relação que os estudantes
fazem entre a velhice LGBT e a perda de sendo da vida, sendo juscada
devido à ausência de parceiros e conseqüentemente a não procriação. Faz-se
necessário ressaltar que da mesma forma que outras classe sociais adotam
determinados eslos de vida, os idosos LGBT também se idencam com
grupos que investem em determinadas caracteríscas sociais e culturais, e
aqui destaca-se a necessidade de criação de espaços de homossociabilidade
visto que além dos poucos lugares direcionados para esse público, sofrem o
esgma da invisibilidade, pois não são percebidos por sua idendade sexual
nos espaços públicos.
“Como algo estranho pois a maioria delas, como o caso do meu
o, teve a opção de não ter lhos e por isso quando chegam na
velhice acabam se senndo muito só, sem falar nos parentes que
tem preconceito com o mesmo” (Parcipante 53, graduando de
direito, heterossexual).
Acredito que se não ver um parceiro ou parceira onde possa
dividir as coisas boas da vida como um casal hetero, não deve ter
muito sendo na vida” (Parcipante 175, graduando de psicologia,
heterossexual).
“Entendo que seja um momento na maioria dos casos, que a pessoa
tenha passado por todas as fases desde a aceitação a solidão, pois
ainda acho a questão do alto índice de indelidade é uma barreira
entre os LGBT para que possam ter uma velhice agradável com o
companheiro que escolheu. Através de relatos comparlhados,
acredito que a solidão ainda seja o que mais acompanha os LGBT
Psicogente, 21(40): pp.297-320. Julio-Diciembre, 2018. hps://doi.org/10.17081/psico.21.40.3076
311
Karolyna Pessoa Teixeira Carlos - José Victor de Oliveira Santos - Ludgleydson Fernandes de Araújo
na velhice, independente de terem lhos ou não. Solidão no sendo
de estar só e não necessariamente a auto-realização” (Parcipante
185, graduando de psicologia heterossexual).
“Provavelmente perigosa. Muitas implicações podem ocorrer como,
por exemplo, a solidão que e própria da velhice de qualquer
pessoa em muitos casos. possivelmente uma maior possibi-
lidade de abandono do idoso LGBT até mesmo por lhe faltar muitas
vezes, desde novo, a estrutura familiar. Já que ele escolheu pessoa
do mesmo sexo, nunca poderá procriar e ter sua prole, aumentando
assim o risco de solidão e abandono na velhice” (Parcipante 192,
graduando de psicologia, heterossexual)
“Sem vida, pois viveram tudo que nha de viver (Parcipante
223, graduando de pedagogia, heterossexual).
A insistente invisibilidade que essa categoria sofre, deságua na vimização
subjeva e o isolamento do velho LGBT, devido o caráter transitório de suas
relações, a supervalorização da juventude e o desligamento da família de
origem, que é substuída por amigos ou pessoas que os aceitem incondicio-
nalmente. Ressaltam-se alguns avanços nas conquistas de polícas públicas
voltadas para a diversidade. Revela-se uma transformação na sociedade brasi-
leira quanto a uniões homoafevas, é crescente o número de casamentos
homoafevos, segundo (Mele & Scorsolini-Comin, 2015) mais de 60
mil casais homossexuais no Brasil e a adoção de lhos por esses casais vem
crescendo gradavamente e foi impulsionada pela aprovação da união civil
entre pessoas do mesmo sexo. Embora a doção por casais homoafevos não
ter sido aprovada ainda no Brasil, se encontra exemplos de abertura em
diversas regiões do pais.
3.2 Liberdade e direito de viver a velhice lgbt (Classes 2, 3, 5)
3.2.1 Classe 2: Liberdade na decisão da orientação sexual
A segunda classe da análise hierárquica aqui aplicada foi estruturada com 58
UCEs, representando 20.49 % do total de 300 entrevistas. As palavras que
obveram maior associação com a classe referem-se à liberdade na decisão
da orientação sexual, conforme descritas a seguir: escolha, viver, procurar,
envelhecer, mudar, opção sexual, vida, descobrir, feliz, tempo, opção, medo.
Nesta classe, os conteúdos semâncos mais caracteríscos são:
A liberdade de opção e realização de seus desejos” (Parcipante
94, graduação em direito, heterossexual).
Psicogente, 21(40): pp.297-320. Julio-Diciembre, 2018. hps://doi.org/10.17081/psico.21.40.3076
312
Karolyna Pessoa Teixeira Carlos - José Victor de Oliveira Santos - Ludgleydson Fernandes de Araújo
“Mera decisão de cunho sexual diante a vontade de realizar tal desejo
sexual” (Parcipante 84, graduando de direito, heterossexual).
A parr dos dados obdos, percebe-se que a sociedade produz uma idéia de
que os idosos LGBT estão em busca somente de sasfação de desejos sexuais.
Dessa forma desconsideram a necessidade que os idosos LGBT possam vir a
ter de afeto, amor, companheirismo. A sexualidade não se resume somente
ao ato sexual em si, trata-se de um misto de prazer, cumplicidade e amor
entre duas pessoas, como forma de conhecimento de seu corpo e do outro,
não abrange somente as questões siológicas, ela é concebida como um
elemento que sendo e signicado à existência humana (Fernandez &
Paniagua, 2007). Diante do exposto, se faz necessários esclarecimentos à
classe universitária das diversas formas de experiênciar a sexualidade da
velhice LGBT, que pode ser demonstrada muitas vezes por gestos e atudes.
Pode-se vericar também, nessa classe, que os universitários compreendem
que os idosos homossexuais, apesar buscarem vivenciar sua sexualidade
livremente, têm receio de assumir sua condição por medo de rejeição ou
perseguição, conforme citações abaixo:
“São idosos que na maioria das vezes passaram a vida escondendo
seus senmentos, sua orientação sexual, ou por conta do contexto
que vive ou mesmo por medo do preconceito ou discriminação.
Hoje, não que eles não sofram preconceitos, mas a liberdade de
expressão melhorou e muitos estão assumindo sua homossexua-
lidade” (Parcipante 251, graduando em pedagogia, heterossexual).
“É complicado explicar, porém vejo que essas pessoas têm uma
experiência muito grandiosa de vida, acredito que veram que
enfrentar vários desaos para conquistar sua liberdade de viver com
dignidade devido essa sociedade preconceituosa em que vivemos”
(Parcipante 182, graduando de psicologia, heterossexual).
Sendo assim, ca claro que a RS dos universitários sobre os idosos LGBT é que
são sujeitos que sabem o que querem, que conquistaram algum espaço na
sociedade, ainda que pequeno, e devido a isso tem uma maior liberdade para
poder expressar seus senmentos, porém ainda permeados de medo devido
ao preconceito.
Psicogente, 21(40): pp.297-320. Julio-Diciembre, 2018. hps://doi.org/10.17081/psico.21.40.3076
313
Karolyna Pessoa Teixeira Carlos - José Victor de Oliveira Santos - Ludgleydson Fernandes de Araújo
3.2.2 Classe 3: Maturidade na “escolha” da opção sexual
A classe 3 da análise hierárquicaque foi ulizada está diretamente relacionada
com a classe acima descrita (classe 2) e envolveu 16.25 % do total, resul-
tando em 46 unidades de contexto elementar. As palavras que veram maior
associação com a classe foram: idade, respeito, direito, relacionar, mesmo
sexo, independente, merecer, senr, gostar. Pode-se perceber, conforme as
UCEs, as caracteríscas desta fase de acordo com os conteúdos semâncos
a seguir:
“Como forma de aprendizagem, ultrapassando vários pos de
situações diceis decorrentes do dia a dia, mas sempre juntos
enfrentando todos os obstáculos”. (Parcipante 70, graduando de
direito, heterossexual)
Acredito que seja algo tranqüilo de se lidar, pois os idosos devem
ter passado por varias situações, situações essas que acredito que
os deixaram bastante maduros e seguros para aprender a lidar com
as crícas e com isso abstrair apenas o que de bom nas pessoas”.
(Parcipante 106, graduando de psicologia, heterossexual).
“Pessoas com maturidade suciente para assumirem o que são
de forma segura, sem preocupação com o que os outros dizem”.
(Parcipante 193, graduando de pedagogia, heterossexual)
As RS nessa classe estruturam-se em torno da opção sexual, ancoradas
aprendizagem devido às experiências vivenciadas, de superação de barreiras.
Desta forma, é fundamental conhecer os momentos históricos vivenciados e
os papeis sociais desempenhados, pois fatores culturais e atributos pessoais
inuenciam no envelhecimento e essas construções individuais inuenciam
no bem-estar, relacionamento social e familiar (Fredriksen-Goldsen et al.,
2015; Orel & Fruhauf, 2015).
Um ponto bastante relevante que deve ser discudo nessa classe é a repre-
sentação da homossexualidade com uma “escolha”, como algo que depende
da vontade e decisão do sujeito. Por outro lado, compreender a velhice LGBT
como uma fase de auto-aceitação, de sabedoria e segurança para lidar com
as crícas, conforme falas a seguir:
“Como algo muito bem resolvido e por entender que o mundo atual
é dicil, assumir que se tem atração, desejo e vontade por pessoas
do mesmo sexo, quanto mais na velhice, é um ato de coragem,
pois a sociedade tem uma visão do idoso como alguém correto,
Psicogente, 21(40): pp.297-320. Julio-Diciembre, 2018. hps://doi.org/10.17081/psico.21.40.3076
314
Karolyna Pessoa Teixeira Carlos - José Victor de Oliveira Santos - Ludgleydson Fernandes de Araújo
que segue regras e normas perante a sociedade e não os como
alguém que ainda tem desejos e vontades a serem explorados no
próprio corpo. Respeito a coragem, pois a maioria foram educados
para entenderem que homem foi feito para a mulher. (Parcipante
121, graduação psicologia, heterossexual)
Ainda é um pouco estranho devido o preconceito, mas é visto com
mais aceitação. São pessoas mais conscientes de suas escolhas e
mais experientes, então encaram a vida com mais sabedoria. LGBT
também são pessoas com senmentos e independente de sua
idade, tem direito de fazer suas próprias escolhas”. (Parcipante
146, graduando de psicologia, heterossexual)
“Nunca pensei no assunto, mas analisando neste momento, entendo
como uma consolidação de uma escolha feita na idade jovem e que
persiste pelo resto da vida”. (Parcipante 177, graduando de psico-
logia, heterossexual)
“Como uma aceitação do que ela realmente é, pois através das
experiências vividas pela mesma, tem a capacidade de se reconhecer,
idencar e se aceitar como ela realmente se reconhece, alem de
viver de forma plena”. (Parcipante 180, graduando de psicologia,
heterossexual)
Desta forma, se faz necessário compreender que a experiência homossexual
é considerada como uma construção social e não uma escolha como muitos
tendem a deni-la. De acordo com (Mota, 2014), é uma ação consciente
do sujeito no seu espaço social, que ele o faz através de lembranças, sen-
mentos, avidades, sociabilidades e prácas sexuais em uma sociedade onde
o jovem, o individual e a norma heterossexual são valorizados. Não é inerente
ao indivíduo visto que ela é construída, modicada e transformada com base
nas experiências sociossexuais e afevas do sujeito no curso da vida.
3.2.3 Classe 5: O direito de ser idoso LGBT
Por úlmo, a quinta classe da análise hierárquica descendente empregada
envolve 19.79 % do total das entrevistas, concluindo 56 UCEs. A variável
descriva que predomina nessa classe, os universitários com idade entre 21
e 27 anos. A RS nessa classe organiza-se em torno do direito que o idoso
LGBT tem de viver o seu eslo de vida com respeito e dignidade, tendo as
palavras mais freqüentes a seguir: normal, vontade, desejo/desejar, livre,
Psicogente, 21(40): pp.297-320. Julio-Diciembre, 2018. hps://doi.org/10.17081/psico.21.40.3076
315
Karolyna Pessoa Teixeira Carlos - José Victor de Oliveira Santos - Ludgleydson Fernandes de Araújo
levar, realizar, coragem, ato, senmento. Pode-se perceber, conforme as
UCEs, nos conteúdos semâncos a seguir:
“Entendo que seja normal, assim como os heterossexuais. Um
humano como outro qualquer, que tem amor e que em decorrência
do tempo envelheceu, e que com certeza não teve como correr
de sua realidade, pois é natural e não uma escolha. O amor não
tem face nem corpo sico, então não tem como denir que amor
existe entre heteros”. (Parcipante 66, graduando de direito,
homossexual)
“Entendo como um fenômeno normal, pois eles ou elas também
são dignos de respeito e têm direitos e deveres na sociedade. A
velhice LGBT é uma dignidade prevista na CF 88, pois todos nós
somos iguais, devemos respeitar e amar o próximo”. (Parcipante
72, graduando de direito, orientação não informada)
“São pessoas com opção sexual diferente da que a sociedade tem
como padrão, mas que merecem todos os seus direitos, porque são
pessoas humanas com sua dignidade e merecem respeito como
qualquer ser humano”. (Parcipante 221, graduando de pedagogia,
heterossexual)
Nesse agrupamento, pode-se vericar que as RS foram objevadas nos
aspectos referentes à importância do respeito, do amor, dos direitos e deveres
como cidadãos. Todavia, os idosos LGBT seguem tendo grandes diculdades
de parcipação e representação na vida social e no exercício da cidadania,
neste sendo, percebe-se uma inclinação social a discur muito mais o
conceito de velhice, em detrimento dos direitos das pessoas idosas (Araújo,
2016; Araújo & Fernández-Rouco, 2016). Assim, se faz necessário desenvolver
na população em geral a capacidade de compreender os aspectos biopsicos-
sociais do envelhecimento e desenvolver nos idosos LGBT a capacidade de
superar adversidades, a resiliência, de modo que enfrentar as diculdades
inerentes ao processo do envelhecimento LGBT (Orel & Fruhauf, 2015).
Observa-se também que é muito freqüente na representação dos universi-
tários o direito de igualdade em relação aos casais heterossexuais, bem como
aos casais homossexuais mais jovens. Ressalta-se que a idade não dene
gênero e que o aumento do número de pessoas LGBT é um desao social que
deve ser observado e tratado com mais atenção, sendo necessário o desen-
volvimento de polícas de inclusão e contra o discurso do ódio, conforme
relatos a seguir:
Psicogente, 21(40): pp.297-320. Julio-Diciembre, 2018. hps://doi.org/10.17081/psico.21.40.3076
316
Karolyna Pessoa Teixeira Carlos - José Victor de Oliveira Santos - Ludgleydson Fernandes de Araújo
“Uma nova realidade, eu acredito que isso irá se tornar algo
comum no futuro devido ao grande número de indivíduos LGBT.
(Parcipante 55, graduando de direito, heterossexual)
“Entendo como algo normal e presente. Precisamos aceitar essa
modernidade, precisamos incluir os nossos irmãos. Não aceito a
visão religiosa que insiste em crucicar quem deseja amar alguém
que é seu semelhante. Devíamos lutar contra o ódio, o rancor e
não contra inúmeras possibilidades de amor. (Parcipante 122,
graduando de psicologia, heterossexual)
“O idoso LGBT é igual a qualquer outra pessoa nova, não é porque
ele está velho que não pode viver sua vida com sua sexualidade
escolhida. Está na velhice sendo LGBT é um desao na sociedade
em que vivemos”. (Parcipante 139, graduando de psicologia,
heterossexual)
A busca para sasfazer seus desejos, atrai os homossexuais para relaciona-
mentos às escondidas e o expõe a situações de tomada de decisão, sair ou
não do “armário”, tendo então que assumir um posicionamento frente a
heterossexualidade e forçando seu grupo social a aceitá-lo com tolerância. Ao
assumir esse posicionamento, os homossexuais armam seus direitos frente
à heteronormavidade e passam a ter mais espaço nas lutas pela diversidade
sexual, cidadania, polícas públicas e direitos humanos (Araújo & Fernández-
Rouco, 2016; Mota, 2014).
O conjunto de dados desta pesquisa é relevante na medida em que possi-
bilita ter acesso à construção do conhecimento dos universitários que num
futuro próximo poderá na atuação prossional lidar com algum idoso LGBT.
Constatou-se que as RS são embasadas em estereópos negavos sobre
acerca da velhice LGBT, de modo que estes idosos sofrem preconceitos por
dois movos: idade e orientação sexual.
4. DISCUSSÕES
A presente pesquisa versou sobre as RS do envelhecimento LGBT, de forma
comparava entre universitários dos cursos de direito, psicologia e pedagogia
de uma Instuição de Ensino Superior Privada na cidade de Teresina, Piauí
(Brasil). Os dados obdos entre os estudantes possibilitaram represen-
tações comuns aos três grupos, sem nenhuma parcularidade que possa ser
destacada em nenhum grupo.
Psicogente, 21(40): pp.297-320. Julio-Diciembre, 2018. hps://doi.org/10.17081/psico.21.40.3076
317
Karolyna Pessoa Teixeira Carlos - José Victor de Oliveira Santos - Ludgleydson Fernandes de Araújo
As informações levantadas revelaram que os integrantes desta invesgação
objevaram suas RS da velhice LGBT em dois campos antagônicos, de um lado
revelando o preconceito e discriminação sofridos por estes idosos e conse-
qüentemente a exclusão social e por outro lado rearmam o direito que os
velhos LGBT têm de viver seu eslo de vida sendo respeitados e assumindo
os seus direitos e deveres de cidadãos.
Pode-se destacar a presença do preconceito e discriminação na maioria das
falas dos estudantes, sendo muitas vezes de uma forma direta e em algumas
de forma discreta, bem como nas falas de apoio ao idoso LGBT, fazendo
alusão ao direito de serem felizes, porém enfrentam diculdades por conta
dos esgmas. Outro ponto de destaque na maioria das entrevistas é a alusão
ao termo “escolha da orientação sexual”, demonstrando assim que a RS dos
universitários pesquisados sobre a homossexualidade esta relacionada a uma
escolha e não a uma construção social.
A parr das entrevistas analisadas, percebeu-se um grande desao para o
idoso LGBT, visto que a velhice é esgmazada por si só, e quando atada
a homossexualidade, sofrem duplo esgma, o agravo da idade e a sexua-
lidade desviante. Neste sendo, revelam a evidência do preconceito, em
que nas RS da população a velhice LGBT reete solidão, diculdade e mitos
que perpetuam na sociedade. Portanto, pode-se armar que a relação entre
idade e sexualidade ainda tem muito a ser discudo, percebe-se que está
ocorrendo uma mudança de paradigma, mas ainda distante do ideal esperado
para que os idosos LGBT possam vivenciar a velhice de forma tranquila.
Por úlmo, este estudo possui algumas limitações. Em primeiro lugar devido
às especicidades regionais socioculturais não se pode generalizar tais dados
para outros contextos. Em segundo lugar, sugerem-se pesquisas futuras com
amostras populacionais que possam servir de subsídios para intervenções
psicossociais com escopo de atenuar os preconceitos e estereópos negavos
em relação a velhice LGBT.
Nota de Autores:
Representações sociais da velhice LGBT: estudo comparavo entre universitários de
direito, pedagogia e psicologia.
REFERÊNCIAS
Araújo, L. F. (2016). Aspectos Psicossociais da Velhice LGBT. Psicologia em Estudo,
21(2), 359-361. hp://dx.doi.org/10.4025/psicolestud.v21i2.28739
Psicogente, 21(40): pp.297-320. Julio-Diciembre, 2018. hps://doi.org/10.17081/psico.21.40.3076
318
Karolyna Pessoa Teixeira Carlos - José Victor de Oliveira Santos - Ludgleydson Fernandes de Araújo
Araújo, L. F., Cruz, E. A. & Rocha, R. A. (2013). Representações sociais da violência
na velhice: estudo comparavo entre prossionais de saúde e agentes comuni-
tários de saúde. Revista Psicologia & Sociedade, 25(1), 203-212. hp://dx.doi.
org/10.1590/S0102-71822013000100022
Araújo, L. F. & Fernandéz-Rouco, N. (2016). Idosos LGBT: Fatores de Risco e Proteção.
In: D. V. S., Falcão; L. F. Araújo; J. S. Pedroso. (Orgs). Velhices: Temas Emergentes
nos Contextos Sociofamiliar, de Saúde Mental, Cuidado e Violência. (pp. 22-32).
1ed. Campinas-SP: Editora Alínea. Disponible em hp://www.grupoatomoea-
linea.com.br/velhices-temas-emergentes-nos-contextos-psicossocial-e-familiar.
html
Bernardo, R. & Corna, I. (2012). Sexualidade na Terceira Idade. Revista Enfermagem
UNISA, São Paulo, 13(74-8), 1-12. Disponible em hp://www.portalterceiraidade.
com.br/dialogo_aberto/sexualidade_3i/index.htm
Camargo, B. V. & Justo, A. M. (2013). IRAMUTEQ: Um soware gratuito para análise de
dados textuais. Temas em Psicologia, 21(2), 513-518. hp://dx.doi.org/10.9788/
TP2013.2-16
Debert, G. & Brigeiro, M. (2012). Fronteiras de gênero e a sexualidade na velhice.
Revista Brasileira de Ciências Sociais, 27(80), 37-54. hp://dx.doi.org/10.9788/
TP2013.2-16
Debert, G. G. & Henning, C. E. (2015). Velhice, gênero e sexualidade: revisando
debates e apresentando tendências contemporâneas. Mais 60 Estudos sobre
Envelhecimento, 6(63), 8-31. hp://dx.doi.org/10.9788/TP2013.2-16
Fechine, B. R. A. & Trompieri, N. (2012). O processo de envelhecimento: as principais
alterações que acontecem com o idoso com o passar dos anos. InterSciencePlace,
1(20), 106-132. hp://dx.doi.org/10.9788/TP2013.2-16
Fernandez, M. L. & Paniagua, S. C. (2007). La sexualidad en la persona adulta mayor.
In Gonzalez, A.C.M.; Brenes, M.R (Orgs.). Envejece La sexualidade? Buenos
Aires: Espacio Editorial. Disponible en hps://www.researchgate.net/publi-
caon/298341113_Sexualidad_y_salud_en_el_adulto_mayor_Libro_La_salud_
de_los_adultos_mayores_Una_vision_comparda
Fredriksen-Goldsen, R. I., Hoy-Ellis, C. P., Muraco, A., Goldsen, J. & Kim, H. (2015). The
health and well-being of LGBT older adults: disparaes, risks, and resilience across
the life course. In: Orel, N. A., Fruhauf, C. A. (Orgs.). The lives of LGBT older adults:
Understanding challenges and resilience. Washington, DC: American Psycholo-
gical Associaon. Disponible en hps://www.researchgate.net/prole/Brent_
Schneider2/publicaon/308317784_Posive_Factors_Relang_to_the_Health_
and_Well-being_of_Older_LGBTQ_Adults/links/57e0907e08aec6ce9f28ec16/
Posive-Factors-Relang-to-the-Health-and-Well-being-of-Older-LGBTQ-Adults.
pdf
Guerra, A. C. L. C. & Caldas, C. P. (2010). Diculdades e recompensas no processo de
envelhecimento: a percepção do sujeito idoso. Ciência & Saúde Coleva, 15(6),
2931-2940. hp://dx.doi.org/10.1590/S1413-81232010000600031
Henning, C. E. (2017). Gerontologia LGBT: velhice, gênero, sexualidade e a cons-
tuição dos “idosos LGBT”. Horizontes Antropológicos, 1(47), 283-323. hps://
horizontes.revues.org/1513
Instuto Brasileiro de Geograa Estasca. (2015). Pesquisa Nacional por Amostra de
Domicílios: síntese de indicadores 2014. Coordenação de Trabalho e Rendimento.
Rio de Janeiro: IBGE. Disponible em hp://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/
livros/liv94935.pdf
Jacques, M. D. G. C., Strey, M. N., Bernardes, N. M. G., Guareschi, P. A., Carlos, S. A. &
Fonseca, T. M. G. (2014). Psicologia social contemporânea: livro-texto. Petropólis:
Psicogente, 21(40): pp.297-320. Julio-Diciembre, 2018. hps://doi.org/10.17081/psico.21.40.3076
319
Karolyna Pessoa Teixeira Carlos - José Victor de Oliveira Santos - Ludgleydson Fernandes de Araújo
Editora Vozes. Disponible em hps://www.saraiva.com.br/psicologia-social-con-
temporanea-livro-texto-459912.html
Jodelet, D. (2001). Representações sociais: um domínio em expansão. Rio de Janeiro:
EdUERJ. Disponible em hps://es.scribd.com/document/180768696/JODELET-
-um-dominio-em-expansao
Junqueira, R. D. (2012). Homofobia: limites e possibilidades de um conceito em meio
a disputas. Bagoas-Estudos gays: gêneros e sexualidades, 1(01), 1-22. hp://
dx.doi.org/10.9788/TP2013.2-16
Leal, M. D. G. S. & Mendes, M. R. O. (2017). A Geração duplamente silenciosa-velhice
e homossexualidade. Revista Portal de Divulgação, 1(51), 18-35. hp://dx.doi.
org/10.9788/TP2013.2-16
Louro, G. (2010). O corpo educado: pedagogias da sexualidade. Belo Horizonte:
Autênca Editora. Disponible em hps://repositorio.ufsc.br/bitstream/
handle/123456789/1230/Guacira-Lopes-Louro-O-Corpo-Educado-pdf-rev.
pdf?sequence=1
Marques, F. D. & Sousa, L. (2016). Portuguese older gay men: Pathwaysto Family
Integrity. Revista Paidéia, 26(64), 149-159. Disponible en hp://www.scielo.br/
scielo.php?pid=S0103-863X2016000200149&script=sci_arext
Mele, A. T. & Scorsolini-Comin, F. (2015). Conjugalidade e expectavas em relação à
parentalidade em casais homossexuais. Psicologia: teoria e práca, 17(1), 37-49.
hp://dx.doi.org/10.15348/1980-6906/psicologia.v17n1p37-49
Moscovici, S. (2007). Representações Sociais: invesgações em Psicologia Social.
Petrópolis: Vozes. Disponible en hp://revistasciencas.ifrj.edu.br:8080/
revista/index.php/reci/arcle/view/69/87
Mota, M. P. (2014). Ao sair do armário entrei na velhice...: homossexualidade
masculina e o curso de vida. Rio de Janeiro: Mobile. Disponible em hps://
produto.mercadolivre.com.br/MLB-805621507-livro-ao-sair-do-armario-entrei-
-na-velhice-gay-gls-_JM
Neri, A. L. (2014). Palavras-chave em gerontologia. Brasil: Alínea. Disponible em hps://
www.saraiva.com.br/palavras-chave-em-gerontologia-4-ed-2014-8314515.html
OMS ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. (2015). Relatório Mundial de Envelhe-
cimento e Saúde. Genebra: OMS, 2015. Disponível em: hp://sbgg.org.br/
wp-content/uploads/2015/10/OMS-ENVELHECIMENTO-2015-port.pdf
Orel, N. A. & Fruhauf, C. A. (2015). The intersecon of culture, family, and individual
aspects: A guiding model for LGBT older adults. Washington, DC: American
Psychological Associaon. hps://doi.org/10.1080/1550428X.2015.1071953
Santos, J. V. O., Carlos, K. P. T., Araújo, L. F. & Negreiros, F. (2017). Compreendendo a
velhice LGBT: uma revisão da literatura. In: L. F. Araújo; C. M. R. G. Carvalho. (Org.).
Envelhecimento e Prácas Gerontológicas (pp. 81-96). 1ed. Curiba-PR/Teresi-
na-PI: Editora CRV/EDUFPI. Disponible hp://www.redalyc.org/service/redalyc/
downloadPdf/4595/459553539006/Velhice+LGBT:+uma+an%E1lise+das+repre-
senta%E7%F5es+sociais+entre+idosos+brasileiros/7 hp://www.redalyc.org/
service/redalyc/downloadPdf/4595/459553539006/Velhice+LGBT:+uma+an%E-
1lise+das+representa%E7%F5es+sociais+entre+idosos+brasileiros/7
Sêga, R. A. (2000). O conceito de representação social nas obras de Denise Jodelet e
Serge Moscovici. Anos 90, 8(13), 128-133. hp://dx.doi.org/10.9788/TP2013.2-16
Taylor, A. & Gosney, M. A. (2011). Sexuality in older age: essenal consideraons
for healthcare professionals. Age and Ageing, 40(5), 538-543. hp://dx.doi.
org/10.9788/TP2013.2-16
Psicogente, 21(40): pp.297-320. Julio-Diciembre, 2018. hps://doi.org/10.17081/psico.21.40.3076
320
Karolyna Pessoa Teixeira Carlos - José Victor de Oliveira Santos - Ludgleydson Fernandes de Araújo
Tarquino, M. L., Santos, L. V., Counho, M. I. B., Cruz, L. H. L. & Brasil, M. L. (2015).
Invisibilidade na assistência: um enfoque na atenção à saúde da população
LGBT idosa. Anais CIEH, Campina Grande, 2(1), 1-4. Disponible em hp://www.
editorarealize.com.br/revistas/cieh/trabalhos/TRABALHO_EV040_MD4_SA9_
ID290_26072015175127.pdf
Torres, T. L., Camargo, B. V., Boulseld, A. B. & Silva, A. O. (2015). Representações
sociais e crenças normavas sobre envelhecimento. Revista Ciência & Saúde
Coleva, 20(12), 3621-3630. hp://dx.doi.org/10.9788/TP2013.2-16
Vieira, K. F. L., Miranda, R. S. & Counho, M. P. L. (2012). Sexualidade na Velhice: Um
Estudo de Representações Sociais. Psicologia e Saber social, 1(1), 120-128. hp://
dx.doi.org/10.9788/TP2013.2-16
Esta obra está bajo: Creave commons aribuon 4.0 internaonal license. El beneciario de la licencia ene el derecho de copiar,
distribuir, exhibir y representar la obra y hacer obras derivadas siempre y cuando reconozca y cite la obra de la forma especicada por el
autor o el licenciante.